por Bruno Barra

 

            Maior a cada ano, a Festa Literária Internacional de Maringá chegou, em 2019, a sua sexta edição. Dessa vez o tema escolhido foi “Conexões”. Novamente sob a curadoria de Rogério Pereira, fundador do periódico literário Rascunho, escritores e escritoras da região, de outros estados e, também, de outros países movimentaram a cidade entre os dias 06 e 10 de novembro, e O Consoante, claro, estava lá.

            Pelo segundo ano consecutivo, a FLIM aconteceu no estacionamento do estádio Willie Davis. A estrutura foi composta por dois auditórios: Capitu e Sertões (principal). Teve também ala infantil, base de lançamentos (espaço no qual escritores e escritoras regionais lançaram seus livros), circo literário, que foi palco de uma série de apresentações culturais (contação de histórias, peças de teatro, concertos, sarais etc.), e mais de 40 estandes. De quarta até sexta, turmas de várias escolas e colégios visitaram a feira. E além da programação oficial, bastante diversa, houve também programação paralela no estande reexistir, que levantou uma série de discussões.

          Uma das primeiras atividades realizadas na festa, na manhã de quarta-feira, foi sobre Literatura Surda, com Cacau Mourão. “Literatura surda ganha espaço na FLIM.” No início da tarde, literatura infantil foi o tema da mesa composta por Fabio Weintraub e Jô Duarte, a mediação ficou por conta De Dany Fran e Kelly Shimohiro, as Irmãs de Palavra. “Série de livros Vaga-Lume é tema de bate-papo como forma de iluminar a leitura infato-juvenil”. Ao longo da tarde outros eventos aconteceram. E à noite, houve a solenidade de abertura, que contou com a presença de autoridades do município. Logo em seguida, Zeca Camargo subiu ao palco, e, mediado pelo Jornalista Victor Simião, protagonizou a primeira grande atração da Festa.” Música e o fazer jornalístico: abertura oficial da FLIM 2019 conta com a presença de Zeca Camargo para falar de “O Planeta Elza” . Na ocasião, Zeca Camargo falou sobre sua mais recente publicação: a biografia da cantora Elza Soares.

            Na tarde de quinta-feira (07), Maria Almeida mediou conversa entre Thays Pretti e Victor Simião. Eles falaram sobre crônicas maringaenses. Confira: Cronistas maringaenses contam sua experiência com a escrita. Concomitantemente, o poeta Edimilson Pereira (MG) de Almeida e Prisca Augustoni, natural da Suíça, compuseram a mesa intitulada “Fronteiras poéticas”; a escritora também ministrou oficinas de escrita durante a FLIM. Mas o momento mais aguardado deste dia foi a conversa com Xico Sá. Mediado pelo escritor maringaense Luigi Ricciardi, Xico Sá contou pontos curiosos de sua carreira, e falou, entre outras coisas, sobre futebol, processo criativo, e os “machos” na sociedade brasileira. Nesta noite, o Prof Evandro Luís Gomes palestrou sobre produção acadêmica, literária e divulgação científica. “FLIM abre espaço para produção acadêmica da área de filosofia.”

            O terceiro dia de festa iniciou com a mesa “Poesia Maringaense entre gerações”. Com mediação de Estela Santos, os poetas Jaime Vieira, Gilmar Leal e Piera Schnaider debateram as diferenças de suas poesias. Roger Mello e Bianca Pinheiro abriram os trabalhos da tarde com uma conversa sobre “Narrativas gráficas: linguagem que une imagem e escrita”. No auditório Capitu, Luiz H. Fabiano ministrou palestra sobre leitura. “Narrativas midiáticas em foco; Luiz H. Fabiano discute a literatura como experiência na 6ª FLIM”. Durante a noite de sexta-feira, Marçal Aquino, autor do famoso “eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, compôs mesa com a também escritora Giovana Madalosso. Eles falaram de literatura e cinema. O evento aconteceu no Auditório Sertões e foi mediado por Marcelo Bulgarelli. Ao mesmo tempo, no auditório Capitu, o escritor e intelectual angolano Antônio Antunes Fonseca, proferiu a palestra “Conexões históricas e literárias Brasil-Angola”, momento no qual explicitou a influência brasileira na formação da literatura angolana.

            Sem dúvidas, o final de semana foi o momento de maior movimentação da FLIM. Nesses dias, a programação da Festa teve atividades até as 21h, o que não aconteceu nos dias úteis. Entre outros eventos, a tarde de sábado foi marcada pela presença dos psicólogos Contardo Caligaris e Maria Homem. Eles dividiram a mesa “A escrita no Divã”, com mediação de Aline Sanches, o evento lotou o Auditório Sertões. À noite, subiu ao palco desse mesmo auditório a escritora tutsi Scholastique Mukasonga, com mediação do curador da festa Rogério Pereira e tradução consecutiva do francês para o português. Este foi o evento principal da festa. Ao fim, a escritora autografou livros e  atendeu a uma longa fila de leitores. Depois de Scholastique, foi a vez do ex- Novo Baiano Moraes Moreira participar da FLIM. Mediado por André Simões, o cantor chegou acompanhado de um violão, e, entre uma música e outra, contou histórias de sua carreira e falou sobre a música popular brasileira.

            No último dia de festa, domingo, a jornalista Daniela Arbex e Paulo César Araújo movimentaram a festa durante a tarde. Autora de “Holocausto Brasileiro”, “Todo dia a mesma noite”, livro sobre a boa Kiss, e “Cova 312”, Arbex participou primeiro de um encontro com os clubes de leitura de Maringá, no qual leitores discutiram suas obras, e mais tarde, compôs mesa com Paulo César Araújo, o homem que escreveu a biografia proibida de Roberto Carlos. As duas atividades foram mediadas por Victor Simião. Confira: “Vidas que contam vidas” atrai grande público para o auditório Capitu”. No início da noite Fernanda Takai participou da última mesa da festa. A mediação ficou por conta da escritora Thays Pretti.  “Prosas e versos” com Fernada Takai encerra a Festa Literária”. Como toda boa festa precisa de música, a cantora Tulipa Ruiz, finalizou a FLIM com um show. Ao todo, a festa contou com mais de 50 eventos, e movimentou em média 70 mil visitantes. Que venha 2020!

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