A 16ª edição d’ O Consoante propõe uma reflexão ao tematizar diferentes aspectos em torno do tema maior, a pandemia da Covid-19, sobretudo no que se refere às consequências e aos desafios para a educação, a ciência e a universidade. As reportagens que compõem este número aventam discussões sobre as mulheres e a pesquisa científica; o Ensino Remoto Emergencial na educação básica e no ensino superior, bem como na educação especial; a formação de professores e alunos para atuarem neste novo modelo; a luta da universidade contra o negacionismo; e a formação, principalmente, prática, de profissionais da saúde. Com vozes de especialistas e de pessoas que vivem uma nova rotina, esta edição enseja contribuir, por meio das pesquisas e dos diálogos implementados, para novas percepções sobre este momento inédito na história contemporânea da humanidade.

          A reportagem Sujeito, pesquisa e pandemia: quando os três se encontram, o que acontece?, de Anna Julia Sbardelott, Gustavo Filipe Freitas e Laura Galuch, trata sobre o agravamento das dificuldades enfrentadas pelas mulheres na pandemia, sobretudo as que estão ligadas à universidade, seja como pesquisadora, seja como professora. Neste período, houve um aumento da jornada de trabalho e de entraves para realização de pesquisas. A segunda reportagem, de Anna Larissa Rodrigues, Flaviane São José e Gabriel Vieira, intitulada (R)existência da educação em ensino remoto emergencial, aborda os desafios e as resistências encontrados por docentes, discentes e toda o ensino superior para dar sequência às aulas durante o Ensino Remoto Emergencial (ERE). Todas as áreas do conhecimento, de algum modo, sofreram com este processo. As práticas de ensino tiveram de ser reinventadas, e a impossibilidade da presença física vem gerando preocupações para toda a comunidade acadêmica. Já Fabiana Floss, Priscila de Souza e Tiago Guimarães focaram, em sua reportagem Educação na pandemia: discrepâncias e “acertâncias” tecnológicas, nas particularidades da educação básica frente a este modelo de ensino, ao abordarem aspectos como: tecnologia e educação, acesso e falta de acesso à internet, desigualdades sociais e o ensino remoto, bem como a defasagem que já é possível notar no processo de aprendizagem de muitos estudantes.

            Necessidades especiais no ensino remoto: os novos rumos da educação inclusiva, reportagem de Laís Mikeyla, Tathielly Sanches e Thaís Schoffen, busca tematizar sobre a educação especial durante a pandemia, a partir de relatos de profissionais da área e de familiares de estudantes que precisam desse tipo de atendimento. De volta com o foco no ensino superior, João Victor Oliveira, Rafael Alves e Victória Guilhermetti, a partir da pergunta Promoção de cursos sobre tecnologia: o que têm feito as IES?,  discorrem sobre cursos de formação digital e práticas pedagógicas promovidos pelas universidades do Brasil, principalmente no âmbito do Núcleo de Estudos a Distância da Universidade Estadual de Maringá (NEAD-UEM), que buscou minimizar os danos do ensino remoto. 

            Ana Paula Yairo, Izabelle Diniz e Raphaela Caparroz trazem à tona o papel fundamental e inquestionável das instituições científicas na luta contra a desinformação e a negação da ciência. A reportagem A Universidade e a Ciência na luta contra o coronavírus e o negacionismo também provoca reflexões acerca do ensino remoto e a manutenção da ignorância frente às evidências científicas. Para fechar a edição, Anna Clara Gobbi, Isadora Hamamoto e Jennifer Marinho tratam da situação dos internos do Hospital Universitário de Maringá (HUM), estudantes dos últimos anos do curso de Medicina, em meio ao enfrentamento à Covid-19. A reportagem  Os impactos da pandemia de COVID-19 no Hospital Universitário e na formação de futuros profissionais da saúde também compartilha conquistas científicas da Universidade que auxiliam no tratamento de pacientes que adoeceram por conta do vírus, e mostra como está funcionando a dinâmica do Hospital, no que diz respeito à formação dos futuros médicos.

            Como se pode ver, O Consoante buscou com esta edição, discutir, a partir de diferentes pontos de vista, a situação da educação e da ciência neste momento pandêmico, como a mudança da organização social e sanitária afetou essas áreas, e as alternativas encontradas para dar continuidade aos processos de aprendizagem e fazeres científicos. A despeito do horror que todo o mundo e o Brasil, em particular, testemunham desde março de 2020, há a tentativa de continuar ensinando, aprendendo e pesquisando, ainda que de outras formas e com muitas dificuldades. Para os sujeitos críticos, ou que assim se querem, fica o convite para a leitura de mais esta edição do O Consoante.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *