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          2020 foi o ano do caos! Apesar de 2021 continuar sendo parte das consequências da pandemia, só aparentemente as pessoas se acostumaram com o “novo normal”. Coube a indivíduos e instituições buscarem formas de se reinventar diante de uma crise sanitária global, dentro dos limites de suas condições reais. E com O Consoante não foi diferente. A pandemia alterou a dinâmica da “prática jornalística”, sobretudo com a necessidade de cobertura noticiosa de eventos remotos. Afinal, não se pode aglomerar, sob a ameaça de um vírus à solta que ainda vem fazendo vítimas diariamente.  Por mais que muitos estejam cansados de ouvir a respeito sobre a maior crise sanitária dos últimos tempos, a pandemia parece longe de acabar, principalmente no Brasil, que desde o início não procedeu de maneira responsável, por exemplo, ao flexibilizar o funcionamento do comércio e serviços quando não deveria, e, até mesmo, ao negar a compra de vacina por várias vezes.

          O termo “reinvenção” cabe ao projeto no sentido de adequação a esse espaço-tempo pandêmico. Ao cobrir os eventos, na quase totalidade, de caráter acadêmico-científico, no meio virtual, O Consoante não está diante de uma mera transposição do espaço físico para o digital, mas sim de interações que rompem a barreira geográfica para globalmente alcançar outros auditórios.  Além dessa forma de interação, destaca-se a mobilização de um gênero discursivo que permitiria O Consoante marcar sua voz para a avaliação do contexto de pandemia no país: o editorial.

         Desde o início da pandemia, O Consoante, em uma série de editoriais, tem buscado se posicionar em relação à pandemia e suas consequências, tratando de alguns aspectos de forma bastante pontual. No primeiro editorial, publicado em maio de 2020, intitulado “A pandemia e o papel da ciência”, já se falava com muito espanto a respeito dos números de casos de Covid-19 no Brasil: mais de 8 mil óbitos e 100 mil infectados. Apenas três meses depois, por ocasião do segundo editorial, quando  o tema foi a educação e a precoce discussão de volta às aulas no presencial, o país somava mais de 3 milhões e cerca de 100 mil óbitos, um número mais que assustador, que em nada abalou algumas autoridades (in)competentes. O que mais se ouviu e se viu foram discursos e ações de negacionismo. Para o presidente e seguidores, a Covid-19 não passava de uma “gripezinha”. Outros editoriais tematizaram sobre a empatia tão necessária em momentos de cuidado com outro, sobre a demora na aquisição e aplicação das vacinas, sobre a tragédia do número de óbitos, sempre se destacando a negligência da parte do governo.

           O cenário continua sendo de descaso pela saúde pública e pela ciência. E mais: a era das notícias falsas e da desinformação nunca foi tão real como nos dias atuais. Parece não haver mecanismos suficientes, nenhuma “vacina” para combater o fenômeno das fakenews, que se alastram na mesma proporção que o próprio coronavírus. É muito mais fácil disseminar inverdades para leitores que sequer se dão ao trabalho de pesquisar em fontes confiáveis. Fica-se com a dúvida de como se iniciará 2022. Porém, com a certeza de que O Consoante compreende que a ele cabe, também, o papel de analisar e avaliar o “novo normal” e a velha forma de condução das questões prioritárias do país.

 

         

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