imagem: Instagram – NEAD UEM – Participação do NEAD na live da UEM trazendo as ações de capacitação docente e discente para o ERE.

 

por João Victor de Oliveira, Rafael Alves e Victória Guilhermetti

 

            Na pandemia ocasionada pela Covid-19, a urgência sanitária de distanciamento social trouxe grandes desafios à educação – e também novas demandas. Com o Ensino Remoto Emergencial (ERE), alternativa encontrada para viabilizar a continuidade das ações de ensino, “professores se depararam com uma nova forma de interação com seus alunos e de planejamento de suas aulas e com as novas metodologias a serem inseridas em um formato até então desconhecido por muitos”, explica a Prof.ª Dr.ª Alexandra de Oliveira Abdala Cousin, pró-reitora de ensino da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

           Os desafios se impõem uma vez que, para a Prof.ª Drª Josimayre Novelli, diretora do Núcleo de Educação a Distância (NEAD) da UEM, não se trata de, meramente, abrir uma janela virtual para as Instituições de Ensino Superior (IES). “Eu vejo que muitos docentes têm um conhecimento bem limitado das ferramentas tecnológicas, e muitos conhecem no sentido técnico, mas não conhecem no sentido pedagógico. Conhecem a ferramenta como um fim em si mesma, mas não como uma ferramenta nos processos de ensino e aprendizagem, por exemplo. Então a pandemia veio para escancarar isso”, esclarece a professora.

             Josimayre, ainda sobre os principais desafios encontrados neste período, cita a resistência de docentes diante da necessidade de atualização e adaptação às novas metodologias de ensino. “Eu não posso culpar a universidade ou a pandemia se eu não me esforcei para que pudesse mudar este cenário. Não adianta eu culpar o ensino remoto pela não aprendizagem se eu continuar fazendo uma transposição do ensino presencial para o ensino remoto usando as mesmas estratégias de ensino, porque não vai funcionar. Então isso continua sendo um grande desafio”, argumenta a diretora do NEAD.

Como superar esses desafios

           No que diz respeito ao papel das IES, é necessário “atender todos os professores, alunos e agentes universitários, com relação aos equipamentos, por meio de projetos de inclusão digital, e a realização e oferta de cursos de capacitação tecnológica à distância” discorre a pró-reitora, citando as principais ações da Pró-Reitoria de Ensino (PEN), da UEM, para viabilizar o processo de aprendizagem de forma remota. Alexandra ainda menciona a realização de uma série de lives, por meio do Projeto Conversa PENsada, que abordou diversas temáticas, dentre essas algumas sobre metodologias possíveis à docência perante o ERE. Para ela, “são ações que buscam dialogar, avaliar e aprimorar essas estratégias didáticas e pedagógicas criadas, por meio do ERE, para diminuir os impactos das medidas de distanciamento social sobre a aprendizagem durante o período de pandemia”.

            A respeito da capacitação tecnológica oferecida aos docentes, a professora Drª Jani Alves da Silva Moreira, assessora especial da PEN, ressalta a importância do projeto de inclusão digital sob a responsabilidade da PEN, que “oportunizou o empréstimo de equipamentos aos professores e alunos. Notebooks, tablets, smartphones e pacote de dados foram disponibilizados àqueles professores e alunos que não possuíam equipamentos adequados e fizeram solicitações por editais específicos da PEN. Quando a pandemia chegou, nós tivemos que, rapidamente, nos adaptar durante a execução. Não tivemos tempo suficiente para analisar e compreender o contexto, que chegou, o que exigiu se adaptar enquanto se faz”, explica Jani. Após um ano letivo de experiência com o ERE, a professora Alexandra chama a atenção para a importância de se realizar uma consulta com discentes e docentes, a fim de fazer uma avaliação do período. “Colhendo informações, pode ser que surjam muitas ações importantes para a melhoria desse processo, principalmente pensando na qualidade do ensino que a UEM sempre ofereceu”, pontua Alexandra, reforçando que esta ação foi executada numa pesquisa denominada Registro Educacional.

            No âmbito do NEAD, Josimayre Novelli enfatiza a promoção de cursos de capacitação docente e discente pela própria instituição e também em parceria com outras universidades e institutos, que ocorrem desde março de 2020. A diretora pontua que a primeira ação realizada foi repaginar a plataforma utilizada e criar uma aba para cursos preparatórios e de formação continuada, separados por áreas como “ferramentas tecnológicas” e “cursos sobre Ensino a Distância”. “Nós elaboramos e reconstruímos o site do NEAD com o propósito de torná-lo mais objetivo e com maior visibilidade, dividido por categorias e grandes áreas para que as pessoas tivessem um acesso mais rápido às informações que ali estavam disponibilizadas”, explica.

           A professora cita, ainda, outras medidas realizadas pelo NEAD que representam o esforço das IES, neste momento pandêmico, para fornecer ensino de qualidade a todos os estudantes. “O NEAD contribuiu com cursos de outras universidades, como o projeto Ideias da Universidade Virtual do Paraná. O NEAD foi uma instituição parceira desse projeto. Também disponibilizou em sua página, na aba capacitação, diversos links e sites de universidades estaduais, federais e institutos federais, que têm a oferta de cursos abertos para que os professores pudessem se capacitar e nós dividimos esses cursos por áreas, para que os professores e os alunos pudessem escolher qual seria sua área lacunar, para que pudessem, então, ter a oportunidade de conhecer e se capacitar”, destaca Josimayre. Para completar, o Núcleo ainda realizou o I Seminário Internacional de Cultura Digital e Educação, que “contou com diversas palestras de renome da EaD, cultura digital e tecnologia, e também tivemos diversas mesas-redondas com representantes de várias instituições do cenário nacional e internacional, além de oferecermos minicursos durante os cinco dias de evento, todos voltados para a capacitação docente”, relata a diretora.

          A partir do relato das professoras, fica evidente que as IES se constituem como uma das importantes frentes de ação – embora não a única – na dirimição dos desafios impostos forçosamente pela pandemia e, consequentemente, pelo estabelecimento desse processo intitulado ERE como resposta a esse cenário, uma vez que cabe a estas oferecerem recursos e capacitações que visam o aprimoramento do trabalho educativo dos professores e dos agentes educacionais, cuja movimentação já ocorre, a passos largos, no contexto da UEM e de outras IES.

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