A formação continuada como fonte necessária para mudança

 por Allana Freitas e Ana Almeida

Com o passar dos anos fica clara a desatualização da didática de alguns professores em sala de aula. Os alunos reclamam principalmente dos professores que têm mais tempo de serviço. Muitos acham as aulas entediantes, cansativas e muito padronizadas. Isso acontece devido às dificuldades encontradas não só na formação dos professores, que nem sempre é completa, mas também devido à falta de adaptação de cada turma, do conhecimento de novas didáticas e de conhecimentos específicos pelos professores.

Para ter mais qualidade na educação é necessário resolver problemas na formação do professor, tendo em vista que os caminhos para o ensino dependem de diversos fatores, e um deles é o professor ter o domínio necessário do conteúdo com o qual está trabalhando para que possa transmiti-lo com clareza. Um diagnóstico feito com base nos dados do censo escolar de 2015 revelou que o Brasil conta atualmente com 709,5 mil professores que lecionam uma ou mais disciplinas nos anos finais do ensino fundamental ou no ensino médio da rede pública. Desse total, 374,8 mil docentes precisam realizar algum curso de complementação para as disciplinas que trabalham.

Muitas são as causas que dificultam o ingresso e a conclusão de cursos complementares, de especializações e de pós-graduações stricto sensu. Professores recém formados em sua maioria se sentem desmotivados a continuar sua formação, uma vez que estar em sala de aula demanda tempo e esforço, professores com mais tempo de trabalho acabam se acomodando. Aqueles que se dispõem a dar um passo a mais em sua formação encontram diversas dificuldades, nem todos conseguem liberação ou mesmo diminuir o número de aulas, e para um professor de ensino fundamental e médio que têm um grande número de aulas e de turmas é extremamente difícil, quase impossível, conciliar pesquisa com sala de aula. Questões burocráticas e a falta de incentivo, tanto de organizações quanto do governo, dificultam ainda mais o caminho para aqueles que querem se preparar melhor para a sala de aula.

Esforço, tempo, interesse são requisitos para superar alguns desses obstáculos, assim como apoio por parte do governo e das instituições de ensino. A escola não motiva os alunos nem mesmo aos educadores a conhecer os caminhos da formação continuada, detalhe que prejudica a educação a longo prazo. Um professor para motivar um aluno a se interessar pelo conhecimento primeiramente deve estar habituado a pesquisar e repassar o que foi adquirido. O professor precisa ser um eterno estudante, um buscador de conhecimento e aprimoramento na arte de ensinar. É papel dele encontrar novas formas de trabalhar. Cursos e pesquisas são um caminho para a descoberta dessas novas formas.

Uma formação mais completa abre novos caminhos para o ensino em sala de aula, pois faz com que os professores se sintam capacitados e aprendam diferentes formas de aplicar os conteúdos, aumentando assim as chances de os alunos aprenderem mais e melhor. Sabemos que o ensino público em sua maioria tem de ser renovado, essa renovação tem de partir da “fonte”, um professor que abrange seu conhecimento abre a possibilidade de mudar a percepção de mundo por parte do aluno, alcançando uma educação que abrange os processos formativos, que não visa apenas à forma e conteúdo, mas que contribua na formação de alunos pensantes, que se tornarão cidadãos ativos em sociedade.

 

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