Por Nayhara Carvalho e Samara Paes

“A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo ou nas trevas do egoísmo” foi afirmação do pastor protestante e ativista político Martin Luther King Jr. Nós, d’O Consoante, acreditamos que a luz do altruísmo construtivo é aquilo que nos motiva a seguir adiante mesmo perante todas as dificuldades. É por isso que a 4ª edição de nosso jornal tematiza as ações que mudam o mundo. Assim denominamos, pois as ações altruístas que praticamos e recebemos mudam-nos e mudam o mundo para melhor. Queremos mostrar algumas das ações que encontramos em nosso dia a dia, pessoas que conhecemos, informações que temos a respeito de atividades sociais voluntárias que mudam a vida das pessoas. Todos os textos abordam ações aparentemente pequenas, mas com significados grandiosos para aqueles que as recebem, bem como para os que as praticam.
Karina Soares e Matheus Gomes tratam, em seu editorial opinativo, da essência do que compõe esta edição d’O Consoante: as ações que mudam o mundo. Aqui, eles citam algumas ações que efetivamente mudam o mundo por seu caráter humanístico, como as ONGs, por exemplo. O editorial é concluído com a ideia de que as ações que, embora sejam pequenas, tornam-se muito valiosas àqueles que a recebem, mas ressaltam que, apesar das ações altruístas, a consciência voltada aos que sofrem deve ser continuamente repensada.
Na primeira das reportagens, intitulada “InterAÇÃO voluntária: a integração de haitianos na cidade de Maringá”, Ueysla Sinhoreto e Vanessa Ferreira tratam de curso oferecido gratuitamente (e voluntariamente) aos haitianos que residem na cidade de Maringá, a fim de que possam aprender mais (ou, no caso de alguns, simplesmente aprender) a língua portuguesa. Para explicar o funcionamento do curso, a dupla perpassa por um contexto histórico sobre a República do Haiti. Adiante, explicam que o curso permite, por exemplo, que mais haitianos possam ingressar no mercado de trabalho, uma vez que as empresas preferem admitir pessoas que tenham maior capacidade em se comunicar em nossa língua, dentre outros benefícios. Por fim, elas apontam informações dadas pelos próprios haitianos participantes do curso, os quais afirmam suas experiências com a nossa língua.
Em outra reportagem, produzida por Lorena Martins e Mariane Maibuck, cujo título é “AIESEC, formando jovens talentos e voluntários de alto impacto na sociedade”, aborda-se sobre como surgiu a AIESEC, “uma Organização Internacional voltada integralmente ao ser humano”, segundo a dupla. Elas comentam a respeito de a ONG proporcionar aos jovens um intercâmbio voluntário, o chamado “intercâmbio social”, o que seria benéfico não apenas àqueles que o fazem, mas, também, às pessoas que recebem o auxílio oriundo do intercâmbio.
A terceira e última reportagem, “A musicalidade das mudanças”, de Ingrid Lívero e Oscar Rodrigues, discorre a respeito das mudanças educacionais ocorridas no Brasil. A mudança específica relatada pelos autores é a inserção das aulas de música na sala de aula prevista por lei. Ingrid e Oscar deixam reflexões acerca de como tal mudança poderia ser concretizada: se há locais apropriados, se é necessário haver provas etc. A reflexão última da reportagem, após entrevista com uma pedagoga e uma professora, diz respeito ao nosso tema inicial, no entanto, com a musicalidade como fator adicional: é possível mudar o mundo por meio da música? A partir de referências, Ingrid e Oscar estabelecem sua tese.
Em seu artigo de opinião, “Criança, página em branco: o papel do professor”, a dupla Allana Freitas e Everton Paulino parte, como o título sugere, das ações que mudam o mundo a partir do papel do professor. Eles abordam o fato de, muitas vezes, os professores serem não apenas exemplos para os educandos, mas também participantes ativos de sua formação. A partir do que denomina “poder transformador”, a dupla de articulista descreve a postura desses profissionais perante os percalços que não só esta, mas todas as profissões podem enfrentar, partindo, então, para o lado humanístico da atividade de lecionar e, também, para o fato de que esses profissionais só precisam ter vontade, uma vez que o papel, isto é, os alunos, é ilimitado.
Na crônica escrita por Gabriela Pereira, intitulada “Ainda há esperança”, encontramos a narrativa de uma cena cotidiana, quando a personagem recebe um auxílio de quem menos esperaria receber. A crônica procura mostrar como pequenas atitudes no dia a dia podem fazer a diferença na vida do outro.
Para finalizar, Isabela Cristo e Letícia Terazzin, entrevistaram Victor Hugo Davanço, morador de Cianorte, idealizador e executor de uma biblioteca gratuita construída no mercado da cidade. Na entrevista, o pedagogo comenta como se deu o surgimento da biblioteca, qual a importância disso para ele, dentre outras questões. A entrevista nos traz a visão e os comentários de alguém cuja vontade de mudar o mundo é notória.
Esta edição d’O Consoante busca trazer a todos nós, autores e leitores, a sensação gratificante de observar que ainda existem ações altruístas, pessoas dedicadas ao bem-estar do próximo, mesmo que para isso precisem abdicar de coisas como um domingo que outrora seria livre, não fosse a vontade de ajudar aqueles que precisam. Ao fim de tudo, o que realmente importa é a sensação prazerosa de ver sorrir os que são ajudados, de acompanhar progressos alcançados quando boas ações são feitas. O Consoante espera proporcionar a todos um pouco das pequenas felicidades da vida por meio de textos que expressam sinceridade e que buscaram, mesmo em situações caóticas do mundo em que vivemos, o alento do altruísmo, o contentamento das boas ações humanas, das ações que mudam o mundo. Essas foram as nossas para com os nossos leitores. Esperamos tê-las realizado com êxito.

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