por Flávia Bissi e Ramon Alves

          Todos os anos comemoramos datas especiais e este ano não poderia ser diferente. O curso de Letras da Universidade Estadual de Maringá (UEM) festeja 50 anos de história, com muitas vitórias durante todo esse período. Simultâneo a essa comemoração, o Programa de Pós-graduação em Letras também celebra, após algumas dificuldades para sua implementação, 20 anos de história.

         Em entrevista concedida a O Consoante, a professora Dra. Sonia Aparecida Lopes Benites, uma das pioneiras, revelou que “na implementação do programa houve um grande esforço para a formação da identidade do projeto, porque naquele momento, os sete professores que compunham o corpo docente precisavam traçar pontos em comum entre os projetos de pesquisa, já que tinham profissionais da área da Linguística e da Literatura”.

          O resultado foi o reconhecimento de interesses educacionais em todos os trabalhos. Desse modo, o projeto para a implementação do curso de mestrado foi aprovado e teve início em fevereiro de 1997, com área de concentração em Ensino e Aprendizagem de Língua Materna. Inicialmente, o programa oferecia disciplinas voltadas à Linguística Aplicada, passando a se chamar Mestrado em Linguística Aplicada (MLA), até então novidade no Paraná.

          A princípio, eram duas as linhas de pesquisa do programa, a de Leitura e Produção de Textos em Contextos Específicos e a de Literatura e Formação do Leitor em Contexto Escolar. Sonia Benites afirmou que “a primeira turma de mestrado correspondeu muito bem à proposta do programa e superou as expectativas iniciais, inclusive alguns mestrandos daquela época, hoje são professores efetivos na UEM”.

           O professor Dr. Juliano Desiderato Antônio, atual coordenador do programa de pós, afirmou haver grande procura por outras linhas de pesquisa. Ele explicou que “essa procura aumentou devido à maior busca por professores de Letras pela pós-graduação e também com a alta demanda de pessoas que vinham de outra região”. Assim, em 2004, a ementa curricular foi reestruturada, passando a ter Estudos Linguísticos e Estudos Literários como áreas de concentração. O programa passou a ser chamado de Pós-graduação em Letras, PLE.

         Em 2011, houve a implementação do doutorado, nova aquisição para o Programa. As linhas de pesquisa da área dos Estudos Linguísticos permaneceram com a mesma configuração, porém a área de Estudos Literários desmembrou-se em três linhas de pesquisa: Campo Literário e Formação do Leitor, Literatura e Historicidade, Literatura e Construção de Identidades.

          No ano de 2016, foi instalado o projeto de Doutorado Interinstitucional, o DINTER, programa comandado por uma instituição promotora (nacional) nas dependências de uma instituição de ensino e pesquisa receptora. Atualmente, o DINTER tem 12 participantes do interior do Nordeste. Estes professores vieram em busca de estudos correspondentes às suas áreas de pesquisas.

           Fernanda Trombini Rahmen Cassim, doutoranda da área de Linguística, faz parte da história do Programa. Ela desenvolve uma pesquisa sobre os níveis de coerência do discurso esquizofrênico. “O PLE é um programa maravilhoso, bem organizado e os professores são muito gabaritados. Ele te dá um embasamento acadêmico muito bom e de construção na academia”, contou Fernanda. A aluna ressaltou, também, a qualidade do curso de Letras da UEM, demonstrando contentamento em sua escolha acadêmica. “Foi fantástico para minha formação enquanto profissional e pesquisadora.”

          Além do PLE, o curso de Letras da UEM aderiu ao Programa de Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS. Faz parte do Programa 42 universidades públicas das cinco regiões brasileiras. A coordenadora na UEM, a professora Dra. Lilian Cristina Buzato Ritter, do Departamento de Língua Portuguesa (DLP). “A área de concentração do PROFLETRAS é a ‘Linguagens e Letramentos’, composta por duas linhas de pesquisa, Teorias da Linguagem e Ensino, Leitura e Produção Textual, com foco na diversidade social e práticas docentes”, explicou a professora Lilian. Com objetivo de aprimorar suas práticas docentes, participam do programa professores de Língua Portuguesa que atuam no Ensino Fundamental II.

          Como todo projeto voltado ao ensino, o PROFLETRAS tem passado por alguns desafios em relação a sua estrutura. A coordenadora revela que não há uma secretaria para o exercício das atividades administrativas e, além disso, houve corte de bolsas nos últimos anos. Neste ano o Programa está com sua quarta turma.

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