por Ramon Alves e Ueysla Sinhoreto

 

        O jornal O consoante, em sua 7ª edição, resolveu trazer temáticas diversificadas, sendo assim, não há um só tema guiando o processo de elaboração dos textos, como ocorreu nas edições anteriores, mas diversos que têm em comum somente o fato de estarem em evidência na sociedade. Na verdade, podemos procurar alguns pontos de contato entre os textos, mas eles não foram pensados para uma convergência temática. Há temas voltados à educação, à literatura, ao ambiente acadêmico e, inclusive, à desmilitarização das polícias no país.

          O primeiro texto dessa edição foi produzido pelas acadêmicas Allana Freitas e Taynara Almeida, trata-se de uma reportagem que aborda o processo de formação cidadã de um indivíduo em sala de aula, discutindo, também, o conceito de criticidade e sua relação com as matérias da matriz curricular básica do Ensino Médio. A reportagem nos convida a pensar se é possível definir quais disciplinas promovem tal reflexão crítica e quais não promovem. Afinal, onde está a famigerada criticidade? A reportagem de Ana Leite e Oscar Ribeiro indaga sobre o que esperar de uma graduação. Eles tratam desse tema, pois, afinal, saber o que os ingressantes da UEM esperam das vagas que lhes foram reservadas nesse ano, implica o futuro da nossa universidade. No texto, o tema também é tratado por uma visão de pessoas que já foram alunos, como os nossos docentes do próprio curso de Letras, que dialogam sobre as expectativas e frustrações na Universidade.

         Será que estamos sendo capazes de ouvir, ou, simplesmente, respeitar a opinião de outra pessoa? Será que somos capazes de pautar nossas opiniões sem que façamos o uso de termos pejorativos ou palavrões alheios? Essa é uma das questões tratadas na reportagem de Giovanna Ursulino e José Aurelio, que promove uma reflexão sobre como estamos respeitando as ideias postas no nosso cotidiano. Por conta dos casos que aconteceram no estado do Espírito Santo em relação à greve dos policiais militares, Felipe Lisbôa e Isabela Cristo trouxeram à tona, em sua reportagem, esse assunto, fazendo um histórico sobre a proposta de desmilitarização desde os tempos da ditadura militar até os dias atuais.

        A seguir, tratemos de um tema muito conhecido, sabemos que os blogs, os aplicativos e os aparelhos eletrônicos são cada dia mais comuns na vida dos adultos, dos jovens, das crianças e, inclusive, dos idosos, mas também sabemos o risco do mau uso da internet. Com isso, Fernanda de Araújo e Karina Soares escrevem sobre um grupo de estudantes de diferentes cursos da UEM que se reúnem semanalmente para discutir, aprender e ensinar tecnologia em seus diversos segmentos. O Hackerspace Maringá (HS) tem suas reuniões dentro da universidade e atrai não somente os alunos da instituição como também o público externo. As autoras procuram explicar a relação desse grupo com o curso de Letras.

          É comum tentarmos definir conceitos com palavras que os englobem de forma total, mas, no caso da palavra “literatura”, essa conceituação é muito difícil, pois, afinal, o que é e, sobretudo, o que não é literatura? O texto foi elaborado pelas acadêmicas Flávia Bissi e Íngrid Lívero. Trata-se de um artigo de opinião e tem como título “Onde está a leitura culta?”. As questões que vão guiar o texto são justamente essas: o que se convencionou chamar de leitura culta? Quais são os critérios que definem uma obra como canônica e clássica? Há uma total liberdade na escolha dos livros por parte do jovem leitor?

          Por fim, Lucca Portolese e Paulo Cruz vêm trazendo para essa edição um tema, ainda com pouca repercussão, a transexualidade na escola. As questões que vão nortear o diálogo são, sobretudo, as de representatividade e incorporação das pessoas trans nos espaços escolares. Trata-se de dupla entrevista. O Consoante ouviu a diretora da Escola Estadual Brasílio Itiberê, Janaiçara Alves Meireles Lara Tait, e a professora transexual Naomi Neri, formada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Maringá.

       Portanto, é com esta edição, de temas variados, que damos continuidade aos trabalhos implementados pelo nosso projeto de ensino. O Consoante deseja a todos uma ótima leitura.

 

2 comentários sobre “Diversidade temática: uma nova experiência

  1. Realmente um excelente trabalho elaborado por acadêmicos. Como professora de jornalismo, jornalista e mestranda na área (aluna não regular) quero parabenizar todo o grupo pelos textos muito bem feitos. Agora será recomendado aos meus alunos para que sigam o exemplo de vocês, que têm o aval e a coordenação do professor Neil Franco.

    • Nós d’ O Consoante ficamos felizes ao ver o alcance que o projeto tem tomado, sabemos que a experiência como essa é muito enriquecedora para a equipe. É importante ressaltar que nossos integrantes serão futuros professores de línguas e, como tais, precisarão trabalhar a produção textual escrita em sala. Por conta disso, ter o jornal como um caminho para chegar a tal fim nos é muito gratificante. Professora, agradecemos muito por sua leitura e pelas observações positivas a respeito da nossa 7ª edição, mas também, sobretudo, por considerar nosso trabalho um exemplo a ser seguido. Isso realmente nos pegou de surpresa. Esperamos que continue nossa leitora. Um abraço.

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