por José Aurélio e Oscar Rodrigues
O Consoante destaca seu apoio à diversidade. Tal apoio não se dá apenas pelo fato de estarmos inseridos no ambiente universitário, em que o próprio nome UNIVERSIDADE pressupõe um universo de variedades sociais e culturais, mas sim por acreditarmos que ter um olhar mais humano em relação às minorias, sem criar dentro de si um sentimento de pena, mas sim de igualdade e respeito, é que conseguiremos elevar o nível da sociedade como um todo. Partimos da premissa de que por meio da diversidade todos ganham, na forma de cultura variada, experiências diversas e outros aspectos que fazem com que essa multiplicidade se torne algo benéfico a todos.
Podemos apontar exemplos de que a diversidade vem ganhando espaço dentro educação dos jovens, a partir de alguns dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) os quais mostram que há uma maior diversidade por parte dos jovens com mais de 15 anos, pois os considerados negros ou pardos ganharam espaço – saindo de 74,3% em 1992 indo para 86,6% 2009 –, outro dado passível de observações é uma pesquisa realizada pelo Censo Escolar, que mostrou um crescente número de matrículas de alunos com deficiência, passaram de 114 mil em 2005 para 750 mil em 2015, o que fez com que vários colégios repensassem no formato da disciplina de educação física, mas tais estudantes ainda encontram impasses a serem superados pela falta de infraestrutura adequada.
Outra questão que ganha destaque nos últimos anos, tanto no Brasil como no mundo, é a diversidade de gêneros. Questões como o casamento e a adoção de crianças por casais homoafetivos ainda vem sendo um tabu. Incrível como em pleno século XXI, a sociedade mostra-se arcaica quando tais assuntos são levantados. Bancadas com cunho religioso, extremistas são exemplos de grupos que disseminam o preconceito, fazendo com que a diversidade de gêneros seja colocada a margem e não seja trabalhada de uma maneira que cônjuges homoafetivos não tenham os mesmos direitos de que um casal heteroafetivo, ou quando se tem, colocam-se uma série de barreiras.
Aproveitando o ano olímpico, que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro – RJ, notou-se uma grande diversidade de esportes disputados (48 ao todo), com mais de 10 mil atletas de 206 países. Apesar do amplo número de modalidades, notou-se um enfoque maior às que recebem maior patrocínio – tais como futebol e vôlei masculino – enquanto outras só ganharam destaque quando se encontravam na disputa pela medalha de ouro. Não somente no quesito esportivo viu-se essa segmentação midiática, mas também na relação entre a cobertura das Olímpiadas e das paraolimpíadas, enquanto algumas emissoras abriram espaço dentro da sua programação normal para voltar-se à cobertura olímpica ao vivo, as Paraolímpiadas não receberam o mesmo tratamento.
Seguindo a lógica da visão d’O Consoante, o respeito à diversidade de opiniões também deve ser citado, afinal, o cenário político atual no Brasil criou uma serie de vertentes ideológicas ao qual devem ser respeitadas. Mesmo porque todos temos direito, talvez até o dever, de expressar nossas opiniões, considerando os pontos de vista divergentes.
E, como não poderíamos deixar de ser mencionado, a variedade linguística é outro ponto de suma importância. O Brasil por apresentar uma grande cultura vinda de outros povos e com suas dimensões continentais possui suas diferenças linguísticas. Isso acarreta alguns tipos de preconceitos, como julgar que a maneira do nordestino, do caipira e/ou de pessoas que não estão nos grandes centros falam de maneira errada. Tal diversidade deve ser vista como algo que nos agrega cultura e adquiri-la é algo engrandecedor.
Portanto, não deve haver, de maneira alguma, qualquer tipo de segregação – social, racial, de gênero, de opiniões, linguísticas e etc. O Consoante traz nessa edição alguns dos inúmeros exemplos em que tal diversidade mostra-se benéfica. Afinal, como dito anteriormente, há um ganho imensurável quando nos dispomos a abrir nossos braços e acolher o que essas experiências proporcionam.