por Gabriela Pereira, Mariane Maibuck e Matheus Gomes

É notório que há um choque de realidade muito grande quando se entra na universidade, tudo é muito novo e muito amplo, e devido a isso, o aluno talvez não reconheça qual deve ser seu papel na graduação, uma vez que, geralmente, o aluno já entra com um plano de vida formado, contando que a universidade contribua para esse plano. Desde que ele assista às aulas e tenha uma boa pontuação nas matérias, para que, por fim, se forme e siga seu plano de vida em frente.
O curso de Letras é muito amplo, porém poucos alunos reconhecem isso. Afinal é nítido que a busca por atuar em projetos de cunho acadêmico é bem baixa, provavelmente porque muitos desses alunos desconhecem as possibilidades que a universidade pode oferecer para o seu crescimento desde o início da graduação.
Contudo, o que o aluno não percebe é que se deve “abrir o leque”, mesmo que talvez seja para áreas em que o mesmo não tenha tanta facilidade, pois a universidade é um local que oferece muitas oportunidades enriquecedoras. No caso do curso de Letras, há desde projetos ligados a atuação na área da educação (como o PIBID), projetos ligados a pesquisas (como o PIC e o PIBIC), projetos de oficina – dentre eles projetos não oficializados e eventos realizados na própria universidade -, e também projetos de ensino, como este, do qual fazemos parte.
Independentemente do que o acadêmico optar por seguir como carreira, depois da conclusão do curso, o fato de ele ter se submetido a diferentes experiências dentro da universidade fará com que tenha um melhor desempenho pessoal e profissional dali em diante. Afinal, os projetos fazem com que o aluno se desenvolva e aperfeiçoe seus pontos fortes e suavize os pontos fracos, fazendo com que se torne eficiente em diferentes situações, consequentemente um profissional mais bem preparado para o mercado de trabalho.
A professora Josefa Fátima de Sena, 62, da Faculdade de Jandaia do Sul, atua no magistério há 30 anos. “A caminhada não é fácil, você termina a graduação achando que os problemas já foram todos resolvidos, aí você começa a busca profissional. Até você se estabilizar profissionalmente é bastante difícil, há muitos caminhos e muitas portas se fecham. Por quê? Há exigência de uma capacitação maior, concluir uma faculdade não resolveu o problema, você tem que ir á luta, à busca de uma pós stricto sensu, ou, no mínimo, lato sensu, e olha lá, ainda assim a caminha ainda é difícil”, declarou a professora.
Muitas vezes o estudante está mais preocupado em concluir o curso superior e, às vezes, não se preocupa em focar na carreira de modo a ligá-la ao curso superior que cursa. Uma situação, infelizmente, muito comum, visto que muitos que cursam Letras não vão atuar nessa área depois de formados.
A aluna Mariany Camilo, 26, formou-se em Letras Português/Francês, na UEM, no ano letivo de 2015, mas optou por retornar à universidade, e cursar Letras Inglês. “Vi como uma oportunidade a mais, porque a gente depende só do PSS (Processo Seletivo Simplificado) para quem é formado em Português e Francês, porque são poucas as escolas que oferecem aulas de língua francesa, e essas já têm professor. Então é difícil você entrar nesse mercado, e só português pra PSS é muito pouco, a gente quase não consegue aula. Por isso que eu optei retornar pela graduação, fazer na língua inglesa.”
O caso de Mariany não é o único. Muitos ao invés de seguir se aperfeiçoando na escolha que fizeram optam por uma segunda graduação ou uma complementação da primeira graduação. “Escolhi retornar para fazer habilitação em Letras/Inglês exatamente para ter uma oportunidade a mais de língua. Agora eu vou ter três habilitações, então eu vou ter três vezes mais chances de conseguir um emprego”, constatou Mariany.
Frequentar o curso de Letras permite ver bem de perto todas essas situações, mas algo que chama bastante a atenção é o fato de que realmente é bem aparente se tornar melhor sucedido e remunerado, se o aluno decidir atuar na habilitação inglesa, visto que o ambiente da UEM, na zona 7, tem várias escolas de inglês, que geralmente estão sempre abertas a estagiários, e uma vez que o aluno se torna um estagiário fiel, há grandes chances de ele se tornar um empregado fixo em pouco tempo.

Um comentário sobre “Você sabe realmente o que está fazendo na universidade?

  1. Olá pessoal. Com certeza o curso de letras é muito amplo no sentido de dar uma formação mais plena possível ao aluno. Também ninguém sai da universidade.do jeito que entrou, porque o contato com saberes outros amplia muito a visão de e do mundo. Quem puder fazer pesquisas, além do curso, faça. Certamente não sairá do curso como mais um professor.

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