Professora Doutora Liliam Marins, do Departamento de Letras Modernas, UEM. Entrevista concedida a Fernando Prezotto
O Consoante: Qual é a sua formação e há quanto tempo atua como docente?
Liliam: Sou formada em Letras (habilitação dupla – Português/Inglês), Mestre e Doutora em Letras pela Universidade Estadual de Maringá. Atuo como docente na referida instituição há cinco anos.
OC: Quais eram suas expectativas sobre curso, ao ingressar nele? Por que escolheu essa carreira?
Liliam: Minhas expectativas eram altas e foram plenamente atendidas. Tive uma excelente formação no curso, já que a grade de disciplinas ofertadas abarca várias áreas do conhecimento nesse amplo campo do saber no qual o curso de Letras está inserido. Além disso, também tive a oportunidade de ter aulas com professores muito capacitados e comprometidos com a instituição. Escolhi essa carreira porque me identificava muito com a docência. Acredito que isso se deve ao fato de meu avô ter sido professor e eu ter crescido no ambiente escolar. Meu avô tinha um verdadeiro amor pela profissão e isso foi, sem sombra de dúvidas, passado a mim.
OC: Dizem que graduados em Letras têm apenas um caminho: a docência. O que você pensa disso?
Liliam: Não acredito que haja apenas esse caminho, uma vez que o profissional formado em Letras pode atuar em diversas áreas relacionadas à comunicação e linguagem humanas e uma delas é a tradução. Na Universidade Estadual de Maringá, por exemplo, o aluno graduado na licenciatura pode fazer o bacharelado em Tradução e atuar como tradutor dos mais variados gêneros discursivos.
OC: Quais os outros caminhos que um graduado em Letras pode seguir?
Liliam: Além da tradução, como mencionei, um graduado em Letras pode trabalhar como revisor/editor de textos e prestar assessoria linguística a empresas também.
OC: No cenário brasileiro atual, vale a pena seguir a carreira docente? Por quê?
Liliam: Eu acredito muito na minha profissão. Embora haja muitos obstáculos políticos, pedagógicos e legais, a carreira de professor ainda oferece oportunidades que outras profissões não são capazes de oferecer, como o contato com programas interinstitucionais e a possibilidade de formar cidadãos críticos (exatamente o que precisamos para mudar o cenário brasileiro atual).
OC: O que faria de diferente em relação à graduação?
Liliam: Acho que não faria nada de diferente. Durante minha graduação, tive a oportunidade de desenvolver projetos de iniciação científica, apresentar trabalhos em eventos e escrever artigos, além de realizar as atividades regulares nas disciplinas.
OC: Que dicas você dá ao aluno que está ingressando no curso de Letras? E àqueles que já estão cursando?
Liliam: O curso de Letras é muito enriquecedor pela multiplicidade de disciplinas, perspectivas teóricas e pelo contato com diferentes áreas do conhecimento. Assim, acredito que as palavras-chave para a conclusão bem-sucedida de um curso de Letras são dedicação e organização. Além disso, é importante também o envolvimento em projetos desde o início do curso, pois isso fará uma grande diferença na formação do aluno, principalmente se ele desejar desenvolver pesquisas na área e ingressar na pós-graduação.
OC: Qual episódio de sua carreira causou-lhe mais emoção e por quê?
Liliam: O momento mais emocionante da minha carreira foi quando trabalhei na Universidade Aberta à Terceira Idade, uma instituição vinculada à Universidade Estadual de Maringá. Lá, desenvolvi meu projeto de Doutorado e tenho certeza de que levarei essa experiência para a vida toda. Trabalhar com a terceira idade significou, para mim, rever princípios, valores e verdades pré-estabelecidas e considerar o conhecimento (não somente o acadêmico) como algo construído ao longo de toda uma vida e que, por isso, deve ser respeitado e valorizado sempre.
Parabéns, Liliam, pela brilhante entrevista!