imagem: Editora Paradoxum     

por Fabiana Floss (aluna da graduação Letras Português – UEM)

          Alexandre Lima, como se apresenta o autor de “Oxidar: a vida começa em qualquer ponto”, entre as muitas atribuições como ser pai, marido, inquieto, roteirista e produtor de longas, no auge dos seus 53 anos resolveu, apesar de já percorrer um longo caminho pela escrita, presentear a todos com o contar dessa história, e o que esperar/ encontrar nessa história?

         Bem, não se engane pela capa minimalista e clean;

         Não se perca com os detalhes minuciosamente pensados quanto a cor da encadernação, as marcas registradas do passar do tempo em cada capítulo e, principalmente, se porventura for direto para a playlist, bem, nesse caso vale usar a própria fala do narrador sensivelmente onisciente deste romance:

         “Assim você me fode, Berenice.

          E chorei.”

       Pois é, assim você me fode, Alexandre!… Sim, chorei, e sofri, e ri, e abracei um a um dos seus personagens — que para mim não foram nada fictícios, que fique registrado nos autos —;

       Sim, conversei muito ao pé do “ouvido” de Escobar;

       Sim, pude ver o quanto Olavo era leal, amigo e humano;

       Sim, senti a raiva e a revolta de Frida, todas as mulheres estão sujeitas a um imbecil de vez em quando — infelizmente —;

       Neide, chorei com o seu buquê de agrião!

       Berenice, você não sabe, mas estive em sua “cozinha de fora” e em sua casa em todos os momentos que lá se encontraram;

       Dona Isabel, seu abraço ainda envolve meu coração!

       Quanto a Omar, entre os muitos significados que encontrei, pensando na escolha do seu nome pelo autor, posso destacar: “o que tem uma vida longa”, “homem cheio de vida”; “homem ilustre pela riqueza” e, continuando com as minhas afirmações, sim, todas essas definições cabem no perfil do nosso narrador personagem e mais ainda… O Omar mais velho, o jovem e o adulto, além de nos apresentar a passagem do tempo, entre 1950 e 2015, e o zeitgeist da época, discorre sobre amor, família, encontros, desencontros, amigos e amizade, entremeando a narrativa com a VIDA pulsante desses personagens, delineando as sutilezas e as “estupidezas” nossas de cada dia, abordando com discernimento os preconceitos diários velados pela sociedade e quanto e tanto os laços e não os nós edificam o nós, que somos junto dos amigos, dos verdadeiros amigos.

          Foi entre lágrimas que cheguei à página 230, que supostamente encerra a narrativa, nesse instante, aquela sensação de passar o filme da sua vida à frente dos olhos me ocorreu, e a vida de Omar, Olavo, Berenice, Frida, Neide e, obviamente, Escobar transcorreu inteira aos meus olhos. Levarei eles para sempre comigo, os tomei para mim, são meus amigos agora, fazem parte das minhas lembranças, ou seja, Alexandre Lima, game over para essa leitora, pacto ficcional assinado com sucesso, sua história e seus personagens vivem e fazem parte de mim, dele, do outro, dela, de muitos, de todos que abraçarem seu livro… Sua missão foi cumprida, pode sorrir com o riso de satisfação de escritor, agora!

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