Nos últimos dois meses aconteceram em Maringá eventos ligados à cultura, principalmente no que se refere à literatura. Outubro foi contemplado pela segunda edição da FLIM (Festa literária de Maringá) que ocorreu nos dias 27 a 30, promovida pela prefeitura municipal de Maringá junto com a Secretaria de Cultura. O evento aconteceu na praça do paço municipal da cidade, com entrada gratuita em todas as atrações. Compareceram ao evento escritores renomados, como Laurentino Gomes, Mario Prata, Ignácio de Loyola Brandão, Marcos Peres, entre outros, que ministraram palestras e participaram de bate-papo com o público. Para complementar a festa, mais de 20 autores de Maringá e de outras cidades aproveitaram para lançar seus livros, sendo obras de diversos gêneros e para todas as idades. Houve várias outras atividades na FLIM, como oficinas ministradas pelo CAC (Centro de Ação Cultural), estandes com editoras de todo o Brasil, feira de artesanato, apresentações de música, tapetes onde se contavam histórias e o espaço FLIM criança. Um evento de grande porte para maringaenses de todas as idades onde se quebrou a distância que existe entre autor e leitor, pois vários participantes conseguiram autógrafos e fotografias com seus escritores favoritos. Considerado um evento importante para a cidade o vereador Flavio Vicente elaborou uma lei municipal que inclui a FLIM no calendário oficial do município. A secretária da cultura, Olga Agulhon, também destacou em seu discurso de abertura do evento a importância da leitura para o desenvolvimento da sociedade. E aproveitando o clima literário, a UEM (Universidade estadual de Maringá), no período de 09 a 11 de Dezembro, foi palco do I Congresso Internacional de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil da Rede Paranaense de Leitura e II Congresso Internacional do Grupo de Pesquisa “Leitura e Literatura na Escola”. A Rede é formada por pesquisadores da própria UEM e de outras instituições: UNESP, UFG, UFMS. O tema, que já é uma linha de pesquisa do Programa de Pós Graduação da UEM, tem função importante na formação de leitores. Como afirmou a Professora do Programa de Pós-graduação em Letras da UEM, Alice Áurea Penteado Martha, também coordenadora do Grupo de Pesquisa do Centro de Estudos de Leitura, Literatura e Escrita – CELLE-CNPq/UEM e Membro do Grupo de Pesquisa Leitura e Literatura na Escola – CNPq/UNESP/UEM/PUCRS/UFMS/UFG/UENP: “A boa literatura é importante em qualquer momento da vida. Se ela é apresentada às crianças desde cedo, só pode apurar o gosto estético e a visão crítica. Tudo que um professor almeja para seus alunos”. Ainda nas palavras de nossa entrevistada “Segundo Candido (em texto fundamental para o aluno de Letras), toda literatura humaniza o homem, mas no sentido de torná-lo bom. Como produto da vida, ela carrega em si o bem e o mal, humanizando em sentido profundo porque faz viver. Ainda citando o mestre Candido, a Professora Alice reforça que para humanizar a literatura cumpre três funções: psicológica (diverte); formadora (em sentido amplo: forma como a vida) e propicia que o indivíduo se reconheça e reconheça o mundo em que foi lançado. A melhor forma de levar a literatura para sala de aula é mediar leituras (sem cobrança, e provas) levando as crianças e jovens à experimentação do mundo para o literário. ” e fundamental para que isso ocorra é que o professor seja um leitor”. O Congresso, além de possibilitar o despertar dessa paixão aos futuros professores, tem também o intuito de suprir as carências da área, seja com simpósios, palestras, conferências. Aproveitando para colocar de uma melhor forma que a “formação leitores é uma das áreas mais importantes, e para qual o governo tem disponibilizado grande parte de financiamento para pesquisa. Talvez, também, melhorar a visão dos alunos de Letras, que, como ressalta a Professora, ainda não compreendem a importância da Literatura Infantil e Juvenil, por puro preconceito.
Matheus Gomes
Nayhara Carvalho