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Acessórios sempre foram muito comuns entre as pessoas, normalmente usados na composição de um estilo pessoal ou de um coletivo. Servem para estabelecer uma identidade e muitas vezes possuem uma funcionalidade, como os óculos de sol. Já no caso da pandemia de COVID-19, que, imprevisivelmente, tomou conta dos dois últimos anos e por vezes nos deixou de mãos atadas na proteção da saúde pessoal e alheia, um dos mecanismos de defesa encontrados para prevenir o contágio foi a utilização de máscaras, cuja função, cientificamente comprovada, é impedir que gotículas contaminadas se espalhem, por meio de espirro, tosse ou fala, e atinjam outros indivíduos. Assim, o uso de máscara passou a ser, além de recomendado, obrigatório em diversos lugares do país, inclusive com a aplicação de multa para os indivíduos que descumprissem tal determinação.
Colocando em contraponto a atualidade, em diversas situações não foi difícil encontrar alguém sem máscara, mesmo sendo ilógico cientificamente diante dos riscos vitais que uma pandemia oferece. Os “desavisados”, alguns com postura negacionista declarada, apoiaram-se em crenças sobre inutilidade da máscara, de remédios e até mesmo na inexistência da própria pandemia, reproduzindo um ideal político equivocado. Mesmo diante desses casos, pode-se afirmar que a máscara já vem se tornando um marco da história recente. Ela permitirá que seja inconfundível a identificação dos anos de pandemia ao olhar registros pessoais.
Recentemente em várias cidades do Brasil houve a desobrigação do uso de máscara. Importante ressaltar que a pandemia não acabou, nem acaba por decretos. Uma parcela, mesmo que pequena, da população brasileira ainda não teve seu esquema vacinal por completo. Inevitável também constatar que tal decisão de poupar as pessoas do uso de máscaras como acessório essencial em nada tem a ver com questão estilo, visto que máscaras ainda caem bem, por exemplo, com ternos. Mas sim dá-se quase que exclusivamente por uma questão política, sobretudo de cunho eleitoreiro. Muitos comemoraram a “libertação”, na verdade, uma falsa ilusão de que a pandemia passou.
No entanto, há ainda muitos que não se renderam a decretos e continuam esbanjando estilo com o melhor acessório com que alguém pode se vestir: o bom senso. Pelo menos estes construirão um legado de consciência e humanidade que dignamente buscaram, para poderem no futuro contar aos filhos e netos que com um simples apetrecho no rosto enfrentaram o caos pandêmico e resistiram às investidas equivocadas e forçadas de negar o uso da máscara, muitas vezes de quem deveria dar o exemplo.