por Thamires França e Tiago Guimarães
A palestra “Texto literário versus jornalístico”, com o jornalista Nilson Monteiro, foi uma das atividades de abertura de mais uma dia da Festa Literária. O jornalista já trabalhou em diversos veículos de comunicação, como o jornal O Estado de S. Paulo e a revista Istoé, e também na RPC TV. Nilson tem dez livros publicados e faz parte da Academia Paranaense de Letras.
O jornalista iniciou sua palestra mostrando a paixão pelo jornalismo. “Se eu nascesse de novo, eu seria jornalista de novo”, enfatizou. Em relação ao tema, o convidado respondeu: “o jornalismo e a literatura tem o mesmo objetivo: comunicar. Ambos usam o mesmo instrumento: a palavra. Só que eles têm uma pedra no caminho. O jornalismo trabalha com a realidade, com o factual e a literatura trabalha com a ficção, com a recriação da realidade. O jornalismo usa da literatura e a literatura usa do jornalismo e assim eles caminham juntos”.
Ele explicou que tanto o jornalismo, quanto a literatura tem que encantar. Assim, citou vários autores brasileiros famosos como Clarice Lispector, Rubem Braga, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha etc., que escreviam colunas em jornais, transformadas em crônicas, poemas e capítulos de romances que deram origem a livros.
Nilson Monteiro compartilhou um pouco de suas histórias como redator e editor-chefe do jornal Gazeta Mercantil que, de acordo com o jornalista, é um jornal totalmente voltado aos negócios e, mesmo tratando de tantos números, ele enxergava ali um fazer literário. “O texto jornalístico bem feito, com encantamento, se aproxima muito do discurso literário”, reiterou Monteiro, lembrando que seus textos sobre os diversos temas econômicos, produzidos de uma maneira mais literária, sempre eram muito bem recebidos. O jornalista e escritor lança na FLIM seu terceiro livro de crônica, intitulado “As cidades e seus cúmplices”.