por Bruno Barra

          O conhecimento como forma de liberdade foi o tema do 28° Café Literário, promovido pela UNATI – Universidade aberta à terceira idade e o Departamento de Filosofia (DFL). O encontro conduzido pela professora Terezinha de Oliveira (UEM), aconteceu na tarde do primeiro dia, da 5° edição da FLIM, no Auditório Capitu.

           A discussão baseou-se na obra “Discurso da Servidão Voluntária” do filósofo francês do século XVI –  Éttienne de Lá Boétie. Primeiramente foi exibido um vídeo, no qual o Prof. Leandro Karnal faz reflexões acerca do tema. Em seguida, a Profa Terezinha de Oliveira iniciou sua palestra com a seguinte indagação: o que nos faz perder a liberdade? Durante sua fala, em diversos momentos, fez referência ao filme “O último Samurai”, uma vez que este trata de temas como a finitude da vida.

          A Doutora em Educação levou em consideração marcadores de tempo e espaço, uma vez que La Boétie produziu em um período monarca, e que, neste momento, no Brasil, vive-se um regime democrático. De acordo com ela, a educação é que dá ao sujeito a condição de liberdade ou servidão. “Somos aquilo que aprendemos a ser, somos aquilo que a educação nos formou.”

        Ainda segundo Terezinha de Oliveira, pensadores como Sêneca e Thomás de Aquino, todos precedentes de La Boétie, já postulavam que só é humano aquele que tem o livre pensar. Também apontou que liberdade não é apenas o direito de ir e vir, mas que para atingi-la é necessário coragem para fazer enfrentamos, sobretudo nos dias de hoje, em que as redes sociais apresentam conteúdos que muitas vezes são reproduzidos inpensadamente, “O Facebook é a expressão maior de lá Boétie”, afirmou.

           Para exemplificar seu pensamento, a professora da UEM abordou também temas como violência, tirania, pão e circo, e ainda citou um texto de Karl Marx. Conclui afirmando que se não damos aos jovens e crianças o acesso à educação, estamos destruindo a sociedade e questionou: “Se a educação é a premissa básica para liberdade, qual o futuro do país no qual apenas 2,3% das crianças de 9°ano são capazes de resolver questões de matemática e ciências?”. Antes do bloco de perguntas e do debate com os presentes, Terezinha alertou todos para desconfiar das situações. “Nada é gratuito na sociedade”, pontuou.

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