por Ana Caroline Leite e Fernanda Martins

 

         Nesta 8ª edição, o jornal O Consoante seguiu com temáticas diversificadas, propiciando aos “consonantais” o tratamento de temas que mais lhes chamam atenção, desde o uso medicinal da cannabis às questões étnico-raciais no ensino brasileiro. É justamente essa flexibilidade que permite que O Consoante, nos moldes de um jornal, busque consolidar-se como instrumento didático-pedagógico de relevância para “alunos-jornalistas” de Letras.

          Compondo a edição, o artigo produzido por Isabela Cristo e Paulo Cruz trata de um assunto muito discutido nos últimos anos: a legalização da maconha para fins medicinais. A temática veio à tona na discussão popular após uma reportagem exibida pelo Fantástico, ao mostrar três famílias brasileiras que utilizam legalmente a maconha como medicamento. Nessa reportagem, e em outros exemplos que os autores apontam, percebe-se que a droga é realmente eficaz no tratamento de inúmeras doenças que não possuem uma cura. Com isso, o texto nos proporciona o questionamento se a negação do seu uso está ou não ligada à discriminação em relação à droga.

           Lucca Portolese e Giovanna Ursulino optaram por discorrer sobre a figura do professor. Com o título “Criando o professor ideal”, a reportagem traz no primeiro parágrafo duas perguntas: “Quantas vezes não recorremos aos nossos professores quando algo nos aflige?” e “Existe um professor ideal?” E é essa metalinguagem que propõe ao leitor imaginar e se aproximar do texto. Os autores coletaram dados da Universidade Estadual de Maringá que revelam a baixa procura por cursos de licenciatura. Trouxeram outras vozes ao texto, como a de um aluno do ensino fundamental se pronunciando sobre o que acha importante para um professor, contando também com a fala de dois professores de contextos diferentes.

           Ainda dentro de temas discutidos no contexto acadêmico, a reportagem de Oscar Ribeiro e Rafael Alves aborda alguns pontos importantes sobre o preconceito linguístico presente nos diversos meios digitais. Enfatizando o que se considera como normalidade em tais práticas preconceituosas, os autores buscam diferentes vozes – a que crítica e a que sofre tal preconceito-, propiciar uma compreensão sobre esse fenômeno,  e  questionam o leitor sobre de que lado da moeda ele se apresenta, ou já se apresentou. Assim, finalizam enfatizando a importância da liberdade linguística, uma vez que o discurso transita em diversos contextos sócio-histórico-ideológicos.

           Ana Caroline Leite e Tayana Almeida representam o jornal ao visitar a exposição “Múltiplo Leminski” que vem acontecendo em Maringá desde o dia 09 de junho e se estenderá até 24 de setembro. Trouxeram em seu texto pontos importantes, como a meta de público e as cidades de visitantes que prestigiaram a mostra.

         Em entrevista a Ramon Alves e Tayana Almeida, a Profa. Lilian Amorim Carvalho, participante do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-Brasileiros (NEIAB), discorre a respeito das questões étnico-raciais no ensino brasileiro. Com o olhar voltado ao negro, figura pouco valorizada no ensino regular, a entrevistada afirma que o ensino do país é eurocêntrico, tanto em questões históricas quanto cultural, deixando a cultura Africana e Afro-Brasileira “marginalizada”, mesmo que esta esteja prevista para ser discutida em sala segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais.

              O Consoante, cada vez mais, mostra-se próximo dos seus,  pelo trabalho em equipe, pelo engajamento quanto à escrita de seus integrantes, ou, até, pela liberdade expressa na escolha temática em cada texto. É com essa nossa “face” que desejamos uma excelente leitura desta nova edição.

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