A palavra “fórum” é, essencialmente, relacionada a uma assembleia ou a uma reunião em que o principal objetivo é a discussão de um determinado assunto ou tema, que conta com a participação de praticamente toda a população. A modernidade apoderou-se destes encontros e transportou-os para dentro das muralhas da cidade, e, atualmente, um fórum é costumeiramente realizado em outros ambientes, como universidades e faculdades. A evolução, seguindo a tradição, levou a um excelente evento que aconteceu durante os dias 7, 8 e 9 de Outubro de 2015, na Universidade Estadual de Maringá: o 26º FALE – Fórum Acadêmico de Letras, cujo objetivo principal foi o de proporcionar um espaço de socialização da pesquisa enquanto processo que constitui o saber, criando uma contínua discussão sobre os modos em que conhecimentos são transmitidos, priorizando a inserção do graduando no universo do que é ser pesquisador científico – contando, inclusive, com um seminário especificamente sobre o que é ser um pesquisador da área da linguagem.

Eventos como estes causam no acadêmico o despertar para a produção científica, progressiva e, se necessário, independente. Além disso, acaba com a distinção entre o que é ser aluno pesquisador e não pesquisador, procurando formar uma aliança entre o ensino, a pesquisa e a extensão, engrandecendo, assim, a formação dos estudantes do curso de Letras.

O 26º FALE foi um evento voltado principalmente para quem inicia seus trabalhos na vida acadêmica, apesar de ter sido pouco aproveitado: os cursos oferecidos não atingiram nem mesmo o número médio de observadores – diferente do que acontecia em Roma antigamente. Contudo, apesar de situações adversas (a aparente falta de interesse por parte dos acadêmicos para quem este evento foi realizado; condições climáticas desfavoráveis à ambientação das salas do evento; o não incentivo por parte de políticos e governadores; etc), este foi um evento extremamente bem organizado e abrangente, e, principalmente, útil: para os calouros participantes que podem ter encontrado, graças às apresentações dos eventos, suas áreas de afinidade; para os não iniciantes como impulsionador para a tomada de decisão sobre que área seguir, ou para repensar suas escolhas. Durante o congresso quente, aqueles que estavam presentes deixaram os postos de observadores e tiveram várias oportunidades de produzir a partir de suas próprias ideias durante os cursos oferecidos.

Em suma, tantos foram os pontos positivos que surpreende o vazio das salas da instituição em que o Fórum foi realizado. O evento pareceu não atrair a atenção daqueles a quem se dirigia, apesar das discussões amplamente estabelecidas, dos trabalhos científicos apresentados, das propostas evidenciadas para as diferentes áreas de pesquisa, dos profissionais extremamente qualificados que participaram do evento, e da taxa de inscrição de valor acessível. Não sabemos quando o evento acontecerá novamente por aqui. Não há desculpas para os faltantes, há apenas prejuízo para aqueles que perderam o FALE.

 

Fernando Prezotto